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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Crise na Saúde Pública

Para o Professor Paulo Paim, 1998, em seu artigo Saúde Coletiva: uma "nova saúde pública" ou campo aberto a novos paradigmas, afirma que o desenvolvimento econômico e social deve está amparado pelo aumento e melhoria da prestação de serviços de saúde e que já naquela década já se vivia uma crise "nova saúde pública"  sendo necessário e urgente a questão da saúde no âmbito político-coletivo-social. Naquela época a prioridade que se levantava era a re-construção de valores como a definição do processo saúde-doença, a mudança da abordagem  clínico-terapêutica, a promoção da saúde e a prevenção de doenças.
Porém, para o autor e outros cientistas sociais da saúde, dois grandes problemas atuais foram esquecidos ou não previstos, a desvalorização profissional e a burocratização do sistema de saúde. Atualmente servidores do SUS, em grande maioria, como é no Município de Quixadá, os servidores já acumulam nos últimos 14 anos amargam perdas salariais de mais de 130% de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (IPCA-FGV) e falta de Planos de Cargos e Carreiras que imprime uma desqualificação continuada dos profissionais que sem estímulos ficam renegados aos "achimos diagnósticos-terapêuticos" e à margem da evolução científica-profissional. Resultando para a população serviços de saúde cada vez mais ineficientes e ineficazes, ou seja, um saúde pobre voltada para "pobres brasileiros" que deveriam ser considerados cidadãos, mesmo que diante de obras arquitetônicamente exuberantes e equipadas, como as Políclínicas e Hospitais Reginais construídos e implantados pelo Governo do Ceará.
No entanto, a principais causas para tamanha crise, não estão ligadas exclusivamente ao gestores da saúde ou a simples fato da corrupção no Brasil incorrer em grande parte da gestão pública, mas importantemente a falta de politização séria dos profissionais, a desarticulação de sindicatos e associações, o fisiologismo crescente e a troca de favores. Do que sem a mudança radical do modo de pensar dos profissionais de saúde objetivando a um processo contínuo de pressão dos gestores e conscientização da sociedade o Sistema Único de Saúde (SUS) construído nas trincheiras das universidades, da luta sindical, e das comunidades eclesiais de base da Igreja Católica será fadado a uma ação inócua e ao desaparecimento, e estragétias como a Estratégia Saúde da Famíllia (ESF) que passa por uma descontrução através da burocratização e desestímulo dos profissionais serão extintas.  
Portanto por uma "nova saúde publica" urge profissionais e sociedade unidos e conscientes da importância de se construir saúde e cidadania. E cidadania profissional pode ser entendida como luta por salários mais justos e compromisso com a qualificação e respeito profssional seja no setor público ou privado.


Dr. Gilmar de Oliveira Barros Silva
Fisioterapeuta
Especialista em Fisiologia Humana e Biomecânica
Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços
Mestre em Saúde Coletiva

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