Como estudioso e defensor da saúde coletiva, e isso não faço para aparecer ou ter proveito político, ao refletir sobre a aprovação da Lei do Ato Médico pelo Senado Federal no cobrir dos panos diante as manifestações em protesto do povo brasileiro fiz duas reflexões. A primeira, que os bons e honestos colegas médicos nunca dependeram e nem dependerão de uma lei de reserva de mercado que protege os maus profissionais e põe em risco a maioria da população brasileira desprovida de saúde no contexto que impede de forma clara o exercício profissional das outras categorias e sua intervenção necessária no resguardo da vida e saúde dos pacientes estimulando cada vez mais a medicalização da saúde - modelo ultrapassado , caro e ineficiente baseado no modelo econômico capitalista americano ao qual aquela sociedade mesmo diante do lobby comercial das grandes empresas de saúde que tratam a mesma como negócio e não como direito básico; e por isso uma grande afronta ao Sistema Único de Saúde do Brasil que mesmo diante de diversas e profundas falhas ainda é um dos mais universais e promotores de cidadania das américas permitindo desde ações de cuidados básicos como o tratamento de diarreias à procedimentos como tratamento de câncer, transplante de órgãos e tratamento das patologias mentais. A segunda refere-se a mais perigosa e desnecessária artimanha quanto ao exercício profissional, é a desnecessária hierarquização dos profissionais da saúde que tornam-se subservientes a vontade do médico e sua atuação majoritária e carente de conhecimentos específicos de cada profissão, que diante da propositura da referida lei pelo Congresso Nacional fruto dos lobby da bancada médica na legislatura, resulta a grosso modo algemar e aprisionar a saúde, detendo para a profissão médica conhecimentos científicos e técnicos das demais profissões como nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, entre outras; tal anseio além de esdrúxulo e malvado para com a sociedade poderia por si só ser considerado um crime hediondo, dado que rouba das profissões e seus atores direitos dantes adquiridos com repercussões que podem levar a morte social das mesmas e um aumento de proporções nunca vistos da exclusão dos mais pobres ao direito da saúde, já que como lei de reserva de mercado e diante de profissionais cada vez mais escassos nas áreas mais pobres ficará difícil garantir cidadania país a fora. Assim solicito das autoridades constituídas, em especial ao Ministério Público Federal e as diversas autarquias profissionais como COFEN, COFFITO, CFP, CFN, CFF, associações de profissionais, dentre outros a realizarem intensa mobilização social na defesa da saúde dos brasileiros ameaçada mais uma vez pelo corporativismo capital. TODOS CONTRA O ATO MÉDICO.
Assine o abaixo-assinado contra mais essa arbitrariedade dos políticos brasileiros em:http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N20540
http://www.coffito.org.br/index.php?script=Arquivos&acao=visualizarArquivoAction&idArquivo=2454
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